Lágrimas em busca de paz. Assim definiria o estado de ausentar-se
da paixão, pois não há como escalar 10 metros em altura sem o exercício
contínuo dos membros, sem estar apto para respirar aliviado por olhar que,
abaixo de si, existe humanidade independente de si. Que pena.
Costumo afirmar
que tristeza é ausência de si e reitero afirmando que a paixão é, ainda, a
melhor jogadora que há, justo por ser piegas, inútil e duvidosa. Não
arriscaria um reino inteiro para viver uma doce e linda paixão. Não mais.
Haveria de
permanecer no reino e, no momento exato, clamaria à paixão o sabor dos lábios
mais macios, os olhos mais lindos do universo, a pele mais cheirosa... Só este
estado deplorável, a paixão, pode elevar-me às alturas com toda essa elementar
e infantil percepção. Sim, infantil, pois a fantasia morreu antes mesmo de
confiar na verdade. Morreu antes de confiar.
- Você está
feliz?
- Sim. Há
felicidade em mim.
Atento às
respostas do universo, percebo que não há como ausentar-se dos mistérios do
silêncio e, não obstante ao sorriso, não sinto saudades do que fui sequer há 3
segundos, pois a fantasia perdeu-se ao passar 05 minutos envolta de palavras
que não corresponderiam ao futuro, tampouco ao sublime amor.
- Você está feliz?
- Sim. Há
felicidade em mim.
Assim, martela-me
o pensamento saber que há alguém que possa ser feliz sem amor. Sem o amor que
abriu mão de tudo para ser integralmente a melhor companhia de todos os tempos,
o mais chato de todos os conteúdos, o inconveniente mais presente diante do
preconceito, da dúvida, da imaturidade, de gente negativa à volta, desafiar os
santos em prol da loucura de servir à paixão. O amor jamais se permitiria
servir à paixão, por isso morreu antes de confiar na verdade. O Amor morreu?
Não, a fantasia. Desculpe.
- Você está feliz?
- Sim. Há felicidade em mim.
- Sim. Há felicidade em mim.
Dias e mais dias passarão e não terei as respostas que preciso,
mas pra que diabos eu vou querer ter todas as respostas se, no momento em que
mais precisei de respostas, as maiores doses de humildade e adrenalina foram
injetadas no corpo já emagrecido pela dor? Um susto. Nada mais.
Espero que, um
dia, o mundo compreenda que, para ser amor, tem que ser despretensioso, pois só
quando se cala a voz do amanhã vive-se a magia da conectividade com a paz de
ser SEMPRE aquilo que decidiu ser.
Seguindo o plano. Todos irão perceber.
"Alegria
compartilhada, é alegria redobrada" Forfun
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