4.2.13

A ilha de Fagos.

O mar detém a sabedoria eterna. O vento e as almas passeiam livremente frente ao semblante nervoso, intraquilo, passivo.

A calmaria da Lua substitui a solidão e, diante da fraqueza dos músculos, promove o descanso da rosa que nasceria na noite mais sombria de todas.

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O jovem e pentelho Troll decidiu conhecer a maravilha que havia no cume de um alto monte de seu vilarejo. Não consistia numa breve expedição afim de simplesmente abrir caminho para novos viajantes, mas se tratava de todo desejo de conhecer, ao longe, seu território, sua morada, os cheiros que por ali passavam.

Decidiu conhecer todo o universo de cores e combinações infinitas. Controlou-se para não maldizer um espinho que entrou nos seus pés descalços, cerca de 3cm adentro. Iniciou então a trajetória mais incrível de sua vida, no contato do seu sangue com o veneno do espinho percorrendo e fazendo estremecer da visão ao suor.
    
   - Pra onde estou  indo? - indagou-se perplexo diante da claridade que se estendia à sua frente.

Reconheceu fadas que voavam e cantarolavam lindas canções, solfejos de flores adornadas com lindas pétalas azuis turquesa e vinho. Galhos de árvores preenchidos de grandes trepadeiras, folhas douradas e frutos de sabores jamais identificados.

         - Estrangeiro, o que faz aqui? - surge uma voz do solo com volume assustador.
         - Quem está aí?
         - Olha pra baixo, idiota!
Seguindo a direção do som, Troll aproxima-se ao máximo da folhagem que cobria a terra e depara-se com um ser humano bem pequeno, tão minúsculo que cabia na ponta dos dedos.
         - O que tá olhando? Nunca viu não? - indagou o homenzinho nervoso.
         - Na verdade não. Onde estou?
         - Na Disney que não é, animal. Este lugar não tem nome. Não precisamos de rótulos. Pense num nome que vem ao seu coração e diga bem alto. assim todos saberão que você está aqui e onde está. Não sou eu quem deve saber onde você vai ou deixa de ir, mas você. Onde você gostaria de ir?
Sentando num tronco de árvore metálico, o confuso Troll leva um tempo para pensar sobre como aquilo poderia estar acontecendo.
        - Qual é, "mermão". Já pensou no nome. Não tenho o dia todo. - Pergunta o homenzinho impaciente.
        - Já sei. Fagos. Ilha de Fagos.
        - Fagos? o que é isso? Como sabe que isso é uma ilha?
        - Não sei. Para mim todos os lugares são ilhas e fagos eu gosto do nome.
        - Muito bem, sr. Ilha de Fagos. Agora me diga. O que quer fazer agora?
        - Saber o que estou fazendo aqui. Eu voltarei pra casa?
        - Esses novatos me irritam - pensou o homenzinho.
        - Você está aqui, meu caro, para conhecer o magnifício e poderoso VOCÊ. É importante que você saiba que este lugar tem coisas maravilhosas e exuberantes, mas também tem seus momentos de fraqueza, onde desejos e sonhos frustrados habitam sua preciosa mente com a finalidade de entender-se. Quer sair daqui? Então, siga-me.

Olhando ao redor, Fagos possuía uma estrutura de floresta, com grandes árvores e plantas, animais exuberantes que ressoavam seus palpites uns com os outros e se agitavam tamanha era o estado atônito de Troll

Trol, embora exemplar, era instável. Sempre procurou estar entre todos os que o cercavam, expondo seu ponto de vista com a incerteza da aceitação de sua opinião. Agora ele estava só, com um homem nanico e  bem estressadinho.

**continua**

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