...Percorri por entre as veias dos meus dias, escorreguei sem pressa, entendi o prazer e o cansaço no meu leve desejo de estar.
Não me surpreenderia se, nesta manhã, eu pudesse ter escrito um monte de causos e critérios sobre o amor que sinto, sobre o que entendo dele e a maneira ÁRDUA de querer consertar as coisas. Por que sou assim? Acredito na aventura e no risco. Haja estômago para encarar de frente os olhos com envoltos de lágrimas de pavor, na mania de desacreditar que está tudo bem, olhando para o vazio e deixando o silêncio ecoar na minha oportunidade de declarar-me em poesia dita e não escrita.
Poesia pensada sob a pena de querer de novo os primeiros dias, de quando a loucura e o medo eram apenas um detalhe sob a proteção que a luz da Lua nos trazia. O Homem encontra-se cada vez mais violento, eu sei, mas a culpa não é nossa. É do homem engravatado.
Não é orgulho sujeitar-se ao sofrimento
ao cansaço desta energia gasta,
que não fora em nada em vão,
pois eu desejei um abraço macio e carinhoso
Eu desejei o abraço carinhoso,
Eu desejei o abraço carinhoso,
um momento de estar envolto
no cangote dela o perfume amedrontador
Como eu quis estar envolto.
Eu soltei um suspirar silencioso,
um maluco e periculoso laço
de braços, enlaçados
Um maluco e periculoso abraço.
Não precisamos adiar nada de nossos dias,
mas viver para atuar .
Aos menores problemas, pois...
Eu preciso de um conhaque agora.
Um comentário:
Embora tal inspiração provenha da sensibilidade singular de meu amigo Daniel, consigo magicamente enxergar meu reflexo nas linhas desse texto. A capacidade de encantar o leitor atravéz de uma poesia profunda, direta, e simultaneamente tao rica em aspectos psicológicos complexos é mesmo uma dádiva concedida a voce meu amigo. Parabéns Hawlis!
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